Robert M. Pirsig ( Minneapolis, Minnesota, EUA, 6 de setembro, 1928) é um escritor e filósofo americano, conhecido como o autor do livro Zen e a Arte da Manutenção de Motocicletas, de 1974.
Por ser uma criança super-dotada, com um QI estimado em 170, aos 9 anos, foi adiantado em vários graus na escola.
Em 1943, Pirsig entrou na Universidade de Minnesota para estudar bioquímica. No livro , Zen e a Arte da Manutenção de Motocicletas, ele descreveu a si mesmo como um aluno típico. Ele era um idealista, interessado na ciência como essencial, e não pelo conceito, para formar uma carreira.
Durante o trabalho no laboratório bioquímico, Pirsig ficava muito incomodado pelo fato de haver sempre mais de uma hipótese viável para explicar um determinado fenômeno, e que o número de tais hipóteses parecia quase ilimitada. Ele não poderia pensar em alguma forma de reverter esse quadro, e que lhe parecia que todo o esforço científico tivesse sido paralisado em certo sentido. Esta questão levou-o a reprovação em algumas matérias mais simplórias.
Após servir com os militares americanos na Coreia do Sul, ele retornou para Minnesota e completou o curso de filosofia no ano de 1950. Ele então foi para Banaras Hindu University, na Índia, para aprender sobre a filosofia oriental. Ele também fez estou filosofia na Universidade de Chicago, mas não obteve uma licenciatura. Sua difícil experiências como um estudante de um curso ministrado por Richard McKeon são descritas, subliminarmente no livro Zen e a Arte da Manutenção de Motocicletas. Até sua publicação, Pirsig apoiou-se como freelance para o ensino de calouros em inglês e retórica. Em 1958, se tornou professor na Universidade Estadual de Montana, em Bozeman, e desenvolveu teorias criativas durante este período.
Devido à um colapso nervoso, passou esse tempo internado em hospitais psiquiátricos entre 1961 e 1963. Ele foi diagnosticado com esquizofrênica paranóica e depressão crônica como um resultado direto do tratamento, e foi tratado com tratamento de choque em numerosas ocasiões.
Nos anos seguintes seguindo a públicação de Zen e a Arte da Manutenção de Motocicletas, ele tem vivido um estilo de vida solitário e recluso. Pirsig tem navegado constantemente pelo Atlântico através de seu barco desde 1980, e tem residido na Noruega, Suêcia, Bélgica, Inglaterra, e em diversos lugares ao redor do E.U.A.
Em 1979, seu filho Chris (um dos protagonistas de ZAMM), foi morto em um assalto durante um passeio fora do Centro Zen de São Francisco.
Pirsig foi casado com Nancy Ann James, em 1954. Eles tiveram dois filhos, Chris, 1956 e Theodore em 1958. Ele se divorciaram em 1978 durante o seu colapso nervoso. Nesse mesmo ano ele se casou com Wendy Kimball após sua recuperação e tiveram um filho chamado Nell.
O trabalho intelectual de Robert Pirsig consiste quase inteiramente em suas duas obras. Em Zen e a Arte da Manutenção de Motocicletas discute sobre a interpretação de " Qualidade " e " Valor Moral ". É narrado em sua maioria pela primeira pessoa que têm como pano de fundo uma longa viagem de motocicleta com seu filho partindo de Minneapollis até São Francisco.
A recomendação de seu publicitário para a editora terminou com o seguinte comentário: " Este livro é brilhante além do senso comum, é provavelmente um trabalho de gênio, e vai, eu espero, ter a estatura de um clássico". No entanto, Pirsig falou em uma entrevista, que ZAMM foi rejeitado 121 vezes antes de ser aceito por uma editora. Em uma matéria sobre o livro, Steiner comparou a escrita de Pirsig à Dostoevsky, Broch, Proust e Bergson...ressaltando que "a premissa em si que é valida...tem analogias parentescas com Moby Dick ( Melville ). A Times Literary Supplement chamou o livro de " Profundo, Importante, Pertubador, Profundamente Comovente, Cheio de Insights, um livro maravilhoso."
Em 1974, escreveu uma continuação chamada Lila: Uma Investigação sobre Moral, no qual ele elaborou e se focou nos valores básicos de sua metafísica, chamando-a de Metafísica da Qualidade, que contesta a visão de realidade dualista e cartesiana baseada entre sujeito e objeto.
A Metafísica baseada em Sujeito-Objeto é uma terminologia usada por Pirsig se referindo ao domínio histórico dessa forma de pensamento no mundo Ocidental, que se originou na dialética Aristotélica, no dualismo de Descartes e nas premissas de Kant - impactando diretamente até os dias atuais. O filósofo declara que o uso separado de sujeitos e objetos como entidades distintas e separadas serviu de base para o desenvolvimento do discurso (dialética) da lógica " mais (+) ou menos(-) ". Desta forma, a realidade é, ou não é...e qualquer argumento contrário é considerado como não-empírico. Assim, para a visão acadêmica o lado subjetivo do pensamento é renegado como algo totalmente não-empírico.
Pirsig também nota que essa metafísica baseada entre sujeito/objeto teima em distanciar sujeitos e objetos em todos os âmbitos da vida onde eles seriam inexoravelmente inseperáveis. Assim, sua Metafísica da Qualidade usa a noção de "qualidade" para reunificar esses dois termos e gerar uma nova perspectiva de nossa visão científica, social e econômica.
